quinta-feira, 12 de março de 2009

Estados fenológicos 06 Março 2009


1º Tratamento fitossanitário


Este 1º tratamento, realizado a 8 de Março, teve por objectivo combater a acariose. Esta praga, causada pelo ácaro eriofídeo calepitrimerus vitis tem, nos últimos anos, vindo a assumir cada vez maior importância no Alentejo.
Alimenta-se exclusivamente da videira, têm reduzidas dimensões, cerca de 0,16 mm (não são visíveis a olho nú) aspecto fusiforme, com dois pares de patas dirigidas para a frente e cor amarelo-acastanhada.
Hiberna em colónias de fêmeas adultas, imóveis, escondidas debaixo das escamas dos gomos e no ritidoma das varas. Ao inchamento dos gomos, as fêmeas de Inverno entram em actividade, picando os gomos para se alimentarem. Posteriormente iniciam as posturas na página inferior das jovens folhas. Destes ovos nascem as fêmeas de Verão e alguns machos. Estas primeiras populações concentram-se nos gomos e depois na base dos pâmpanos onde se alimentam até este ter 8 a 10 folhas. Posteriormente a maioria da população de ácaros dirige-se para as folhas dos pâmpanos, embora uma pequena parte prefira os gomos recém formados e aí se mantenha durante todo o desenvolvimento vegetativo da videira. Durante o ano o nº de gerações pode ser superior o 4. Com o aproximar do final do ciclo vegetativo da videira, as fêmeas adultas começam a abandonar as folhas e procurar refúgio sob as escamas dos gomos e no ritidoma.
Os sintomas são, na fase inicial:


  • Rebentação anormalmente lenta, gomos e pâmpanos mortos.

  • Vegetação pasmada, aspecto emangericado, encurtamento dos entrenós.

  • Aspecto irregular

e mais tarde:



  • Enrolamento para a página inferior com diversos empolamentos. Nas folhas terminais dos lançamentos podem observar-se pontuações translúcidas.

  • As folhas tornam-se lisas acastanhadas e com aspecto crestado. Paragens de crescimento antecipadas.

  • Zonas necrosadas ao longo das nervuras das folhas, do pecíolo, dos pâmpanos, do ráquis e da epiderme dos bagos.


O tratamento efectuou-se com recurso a um tractor Case-IH JX 1095C equipado com um pulverizador com turbina, Tomix mod 400PS . A velocidade de deslocação foi de 4,5 km/h, trabalhou com 2 bicos de diâmetro 1,8 mm com 4 bar, tendo-se verificado um débito de 200 litros de calda/ha. O rendimento de trabalho incluindo os tempos de reabastecimento e de ligação tractor-alfaia foi de 1,3 ho/ha.
O insecticida utilizado foi o óleo de Verão com marca comercial Garbol do qual se aplicaram 3,2 l/ha.






Bibliografia consultada:
Arias, A. et all, (1997) Los Parasitos de la Vid - Estrategias de proteccion razonada:119-148. MAPA, Madrid , Ed. Mundi-Prensa, 4ª Ed, 328 págs.
Carmona, M.M. (1988)-Ácaros fitófagos e indiferentes de vinhas alentejanas. I Simpósio de vitivinicultura do Alentejo, Évora,1988: 133-145.
Manual de Protecção Integrada da Vinha, (2003): 26;63. Bayer CropScience (Portugal), 77 págs.

Trituração de resíduos da poda 2009



Esta operação ocorreu nos dias 7 e 8 de Março e situou-se entre a adubação e o 1º tratamento fitossanitário.
O objectivo é, não só triturar varas de poda, como envolver, na camada superficial do solo, o adubo com os resíduos triturados, madeira da poda e erva. Dado que a partir do 2º ano de idade da vinha se optou por, na entrelinha, manter o enrelvamento permanente com flora expontânea, esta operação foi retardada para incorporar, na medida do possível ,o adubo no solo. Também para minorar os estragos relizados pelas formigas que, logo que podem, juntam grãos de adubo conforme se pode ver na fotografia.
Utilizou-se para o efeito um tractor Case-IH PJN 75 com um triturador Herculis (Belafer) TRB-REV 165 que trabalharam a 3,6 km/ho.
O rendimento desta operação, incluindo tempos de ligação à alfaia, foi de 1,45 ho/ha.

Adubação 2009

No sábado dia 7 de Março foi feita a adubação e iniciada a trituração de vides e, no Domingo, concluíu-se a trituração e fez-se ainda um primeiro tratamento fitossanitário.
A adubação a lanço foi efectuada com um tractor Case-IH JX1095C, a trabalhar com velocidade de avanço de 5,8 km/ho e equipado com um distribuidor pendular Vicon PS 604 , regulado na abertura 30 e com largura de trabalho foi de 7,5 (passagens de 3 em 3 ruas).
O adubo aplicado resultou de uma mistura entre dois adubos da gama Amicote (150 kg/ha do 15.35.0 starter com 300kg/ha do 6.12.25) que incorpora teóricamente as seguintes unidades fertilizantes: N (azoto)40,5; P2O5 (fósforo)88,5; K2O (potássio)75; CaO (Cálcio) 25,5; MgO (Magnésio) 6; SO3 (Enxôfre)18; Bo (Boro) 0,09; Cu (Cobre) 0,03; Fe (Ferro) 0,3; Mn (Manganês) 0,06; Zn (Zinco)0,84.
O equipamento utilizado em todas as operações pertence à Sociedade Agrícola do Monte Barrão,Lda.
O rendimento de trabalho, incluindo os tempos de reabastecimento de adubo e de ligação à alfaia, foi de 0,85 ho/ha.