quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Campanha 2008/2009: Poda


A poda é, em termos genéricos, o acto de suprimir, parcial ou totalmente, determinados orgãos da planta - varas, sarmentos, pâmpanos, gomos, folhas e cachos - com o objectivo de afectar o seu comportamento fisiológico.

Quando a poda ocorre no período de repouso vegetativo - final de Novembro a meados de Fevereiro - é a poda de Inverno. Esta operação pretende promover um desenvolvimento equilibrado, com os novos lançamentos em nº correcto, bem inseridos e com vigor adequado por forma a que as condições fisiológicas assegurem uvas de boa qualidade.

Quando a poda se realiza durante o período vegetativo, designada poda em verde, incide sobre os novos lançamentos que, ou estão mal inseridos ou em excesso, por forma equilibrar o crescimento e a produção. Em regra, faz-se durante Abril e Maio e é, na pratica, complementar à poda de Inverno.

A remoção do excesso de produção por supressão de cachos -monda de cachos - em geral processa-se entre Junho e Julho . É, também, considerada uma operação de poda em verde.

Por agora vamos apresentar alguns dados sobre a poda de Inverno e trabalhos complementares de atar plantas ao arame de formação de mudar os arames para a estação de repouso. Não foi realizada pré-poda mecânica. As varas são deixadas em linhas alternadas (em que no ano anterior não ficaram resíduos de poda) e serão trituradas após a adubação a lanço.


Data de Início: 09/12/2008

Data de fim: 23/12/2008

Condições meteorológicas: Frio, geada, chuva.

Nº de pessoas: 9 ( 7 mulheres e 2 homens)

Material utilizado: 8 tesouras convencionais e 1 tesoura eléctrica.

Tempo total 153,1 ho/ha

Poda 115,3 ho/ha

Atar 24,1 ho/ha

Mudar arames 13,8 ho/ha


Estados fenológicos segundo Baggiolini

A videira vai evoluir ao longo do seu ciclo desde o abrolhamento até à queda das folhas e dormência. Este ciclo anual é representado por estados ou fases desenhados por Baggionili e denominados por uma letra A, B... N. Hoje em dia é mais fácil documentar esses princípios, como se pode ver nesta página dos da Estação de Avisos Agrícolas do Algarve (ex. para uva de mesa).
Pretendemos mostrar a evolução da vinha, com reportagens fotográficas periódicas que mostrem o estado de desenvolvimento de cada casta.

Caracterização 3: Castas


A escolha das castas foi uma decisão difícil porque:
  • Há muitas castas com boas provas dadas no Alentejo: desde as mais tradicionais - Periquita ( Castelão), Trincadeira, Alicante Bouschet, Aragonês, Alfrocheiro, Tinta Caiada, Tinta Grossa, Moreto entre outras- às mais ou menos recentes -Cabernet Sauvignon, Syrah, Petit Verdot, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão e outras.
  • Não queria fazer mais um encepamento idêntico a outros que apesar de poder esperar um bom resultado, não seria mais do que outro vinho do estilo A, B ou C.
  • Para uma área tão pequena, no máximo teria 5 castas.

Após algumas simulações optou-se por:

  • Utilizar só castas Portuguesas (A excepção acabou por ser a nacionalizada Alicante Bouschet).
  • Apesar de ser uma casta excelente, optou-se por não utilizar a Trincadeira (Tinta amarela).
  • Utilizar as castas mais emblemáticas das três melhores regiões do interior de Portugal: Alentejo, Dão e Douro.

Desta forma chegou-se a um encepamento não muito comum: Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonês, Tinto Cão e Touriga Nacional.

O resultado do primeiro vinho (ainda apelidado de Alcórrego) está na edição de Janeiro de 2008 da Revista de Vinhos.